Microtiming in Swing and Funk affects the body movement behavior of music expert listeners
Autores: Lorenz Kilchenmann, Olivier Senn
Disponível em: Frontiers in Psychology
O entretenimento musical pode ser um gatilho para movimentos corporais nos humanos.
Charles Keil desenvolveu o conceito de PD (Participatory Discrepancies), que significa uma pequena variação que podem aparecer em diferentes dimensões da música, como o tempo, o tom, o timbre ou a dinâmica. De acordo com Keil, o groove (ou swing) não é parte da composição, mas sim algo criado interativamente na performance.
Em termos de ritmo, essas pequenas variações no beat são chamadas de microtemporalidades (microtiming). “O baterista e o baixista estão constantemente em sincronia um com o outro, mas também estão consistentemente discrepantes, diferentes, ligeiramente fora de fase ou entrando e saindo de fase um com o outro” (Keil, 2010)
Apenas recentemente pesquisadores começaram a olhara para o efeito das microtemporalidades na resposta emocional dos ouvintes e em seus comportamentos quando entretidos. O estudo de Butterfield analisou se ouvintes eram capazes de distinguir se o baixo soava antes da bateria em um duo de jazz e vice-versa. A maioria dos ouvintes foi incapaz de identificar as microtemporalidades com magnitude menor que 30ms. O estudo de Frühalf et al (2013) sugere que, ao menos para o rock, os ouvintes preferem uma performance perfeitamente quantizada, evitando as microtemporalidades. O estudo de Davies et al (2013) sugere a mesma coisa para Samba, Funk e Jazz.
Muitos estudos feitos sugerem que as microtemporalidades são irrelevantes ou até mesmo pioram o groove. “Como o efeito essencial do groove é facilitar o corpo do ouvinte a sincronizar com o beat da música, os PDs aparentemente só confundem o momento do beat e consequentemente diminuem o potencial de groove da música. (Merker, 2014)”
Dois professores da Jazz Institute of Lucerne University of Applied Sciences and Arts compuseram o duo e tocaram Funk e Swing. Além disso, microtemporalidades foram adicionadas para ver o quanto o movimento das cabeças dos ouvintes variaria. O estudo contou com 160 participantes: 79 eram considerados experts em música, 81 eram considerados como não-experts, mesmo tocando algum instrumento ou tendo experiência como ouvintes.
Em resumo, os participantes que estavam no grupo de experts eram mais sensíveis às microtemporalidades.